CARVALHO, P. G. M.; BARCELLOS, Frederico Cavadas. Mensurando a Sustentabilidade. In: Peter May. (Org.). Economia do Meio ambiente - Teoria e Prática. 2ed. Rio de Janeiro: Editora Campus-Elsevier, 2010, v. 1,
Segundo os autores, Carvalho e Barcellos (2010), no capitulo 5, que diz respeito a mensuração da sustentabilidade, se apresentou maneiras de mensurar a sustentabilidade, usando índices, mesmo sabendo que, pelo estado atual da arte, a sustentabilidade é imensurável. Contudo, o capítulo discorre sobre a demonstração de medidas parciais e aproximativas da sustentabilidade, sendo úteis tanto para estudo e pesquisa, como para planejamento e implementação de políticas, como também para tomadas de decisões, no que se refere à sustentabilidade nas esferas públicas e privadas.
A sustentabilidade não é mensurável (CARVALHO E BARCELLOS, 2010), pois dois fatores interferem diretamente nessa mensuração. Em primeiro lugar, pela ausência de uma definição aceita universalmente para sustentabilidade e em segundo lugar pelas estatísticas insuficientes e indisponíveis sobre o tema.
O texto teve sua divisão baseada em 6 partes, onde na primeira parte é uma discussão sobre a definição de sustentabilidade, que é definido como o que pode ser mantido. O texto também cita que na ecologia pode-se dizer que todo ecossistema possui algum grau de sustentabilidade ou resiliência, que segundo Brand (2009) torna-se uma resiliência ecológica que é definida como a capacidade de um ecossistema resistir à perturbações e assim mesmo manter seu estado específico.
A segunda parte é sobre o que é desenvolvimento sustentável, que segundo o relatório de Brundtland, “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”.
A terceira parte é uma discussão do que são estatísticas e indicadores, que são abordados da melhor maneira quando se faz referência a abordagem através da pirâmide. Na base da pirâmide temos os dados primários, um subconjunto dos quais virará uma estatística. Já os indicadores serão um subconjunto das estatísticas e caminhamos assim até chegarmos no índice que é uma agregação de indicadores.
Em seguida vem a quarta parte onde é discutido o que é um índice e quais os principais índices utilizados para mensurar a sustentabilidade. Os autores do texto Carvalho e Barcellos (2010) consideram que as definições de índice e indicador são equivalentes, tendo em vista que não há grandes diferenças entre elas. O texto cita alguns dos índices mais conhecidos acerca da sustentabilidade, como o Pegada Ecológica (PE), o Índice de Sustentabilidade Ambiental (Environmental Sustainability Index – ESI), e o Índice de Progresso Genuíno (IPG).
Na quinta parte, foram apresentados os principais marcos ordenadores utilizados para a apresentação dos indicadores, tendo como destaque o modelo “Pressão - Estado-Resposta” (PER). É o marco mais utilizado para apresentação de estatísticas e indicadores das áreas ambientais e de desenvolvimento sustentável. Tal modelo foi formulado pelo Statistic Canada (Friend e Rapport, 1979) e adotado pela OECD, que regularmente publica seus indicadores nesse formato. O texto também cita que os indicadores ambientais desenvolvidos pelo modelo PER buscam responder três questões básicas: o que está acontecendo com o ambiente? (Estado). Por que isso ocorre? (Pressão). O que a sociedade está fazendo a respeito? (Resposta).
Na conclusão, ou seja, na sexta parte do texto, os autores apresentam uma curta nota sobre indicadores que estão sendo ou serão desenvolvidos, apresentando os grupos de indicadores conforme o relatório da Eurostat, 2007. Ratificam ainda, que é um desafio mensurar a sustentabilidade, embora muitos pesquisadores já tenham aceitado o desafio, tendo atualmente ofertas de estatísticas, indicadores, marcos ordenadores e outros. Todavia, não há disponibilidade para o Brasil. Sendo assim, os pesquisadores brasileiros ainda terão muito trabalho pela frente.